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Juízes e Juízas participam de ato em solidariedade à Louise Filgueira

Cerca de 60 colegas da juíza federal Louise Filgueiras participaram na tarde desta sexta-feira, 04, de ato em solidariedade à magistrada que, na véspera, sofreu um ataque à faca nas dependências do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O protesto organizado pela Ajufe e pela AJUFESP aconteceu na escadaria do Fórum Pedro Lessa, localizado na Avenida Paulista.

“O episódio de ontem faz com que essa reflexão seja necessária: a sociedade precisa entender que o discurso de ódio tem que ceder ao discurso da racionalidade. Precisamos preservar as instituições, precisamos, de alguma maneira, encontrar o caminho da racionalidade. Esse ato é um ato de repúdio contra a violência praticada contra a nossa colega, mas também é um ato de repúdio a essa violência simbólica que tem sido praticada contra o Poder Judiciário”, afirmou em seu discurso o presidente da Ajufe, Fernando Mendes.

O presidente da AJUFESP, Otávio Port, também demonstrou preocupação quanto ao arrefecimento da violência que atinge juízas e juízas. “É importante que o Judiciário como guardião múltiplo das leis e da constituição seja respeitado. Esse sentimento que permeia as redes sociais, por exemplo, de descumprimento e desrespeito de ordens judiciais podem sim levar à violência, essa violência que a nossa colega sentiu na pele, infelizmente”, frisou o juiz federal.

“As associações devem e vão atuar firme na segurança dos juízes. Esse quadro de rivalidade social, de divisão entre opiniões absolutamente opostas, em nada fortalece a democracia. É importante o diálogo, a discussão serena, tranquila, sempre buscando um denominador comum. Nós do Judiciário Federal queremos trabalhar com tranquilidade, com segurança e, acima de tudo, com paz", concluiu Otávio Port.

Na ocasião, a presidente da TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), Desembargadora Therezinha Cazerta, também se manifestou. “Estamos juntos sofrendo neste momento. É um ataque a todos nós, à magistratura. A segurança dos nossos prédios é uma preocupação constante do Tribunal e das diretorias do Foro. Procuramos obedecer a normas e padrões de segurança. Situações como essa são lamentáveis e, infelizmente, estamos sujeitos. Foi um episódio excepcional em que não houve condições de evitar”, afirmou.

Durante o ato em solidariedade à Louise Filgueira, a diretora da AJUFESP, juíza federal Marcelle Ragazoni Carvalho Ferreira, leu a nota pública divulgada pelas duas entidades na quinta-feira, logo após tomarem conhecimento do episódio da agressão sofrida pela magistrada. “A falta de segurança que acomete o ofício dos Magistrados é crônica. Não se justifica, em nenhuma hipótese, colocar vidas em risco por motivo de restrições orçamentárias. A segurança, a ser garantida por profissionais devidamente treinados, é essencial para o exercício do ofício judicante. A Magistratura carece de um mínimo de tranquilidade para trabalhar em paz”, diz trecho da nota.